quinta-feira, 7 de março de 2024

Uma Questão de PRINCÍPIO

Quando era pequena ouvia muitas vezes dizer que a nossa vida deve ser regida por princípios, mas sem perceber o que eram na verdade! 
Um principio é algo que seguimos como conduta, ou algo sobre o qual temos uma opinião. Ou seja algo que dá sentido à nossa vida. 

Há muito que queria falar sobre isto, mas nunca encontrava o momento certo. Mas nas últimas semanas, ouço tantas vezes a mesma palavra que às vezes me pergunto se têm mesmo noção do que realmente a palavra quer dizer.

Honestamente falando até há uns anos, eu achava que estaria a lutar pela coisa certa. 

A palavra era IGUALDADE! 

Os antigos estavam certo quando diziam que uma imagem vale mais que mil palavras. 


Depois de refletir sobre esta imagem eu cheguei a conclusão que: 

Na qualidade de Mulher eu não quero ter um salário igual ao Homem pela questão do sexo. Eu mereço ter o mesmo salário se as funções e responsabilidades forem as mesmas. 

Não há profissões fáceis para Mulheres e difíceis para os Homens. Todas as funções devem ter em consideração as características e as capacidades de cada um. 

Enquanto pessoa com deficiência eu não quero ter um rótulo e ser colocada no mesmo saco pois tenho vontade própria, opinião, posso e quero contribuir para a sociedade. 

Eu não quero ter uma ocupação para não estar em casa. Se tenho capacidades cognitivas e físicas eu mereço um trabalho que corresponda às minhas capacidades, mesmo que seja necessário alguma adaptação para tirar melhor partido das mesmas. 

Isto são alguns exemplos para dizer que eu não quero ser igual a ninguém, nos direitos e nos deveres. 
Cada um de nós é um Ser Humano, com características que nos tornam ÚNICOS e consequentemente temos necessidades próprias que não devem ser desconsideradas. 

E isto só é possível se em todas as matérias, ações, se praticar a EQUIDADE! 

A IGUALDADE é boa quando se tornar consequência/resultado de todos os atos equitativos. 

Faz-te sentido?

Anda comigo! Junta-te à minha gotinha e vamos formar um OCEANO JUSTO! <3

domingo, 29 de janeiro de 2023

AUTO CONHECIMENTO...

 É uma "palavra chave" que me acompanhou ao longo desta semana de uma forma mais intensa. Percebo que estou rodeada pelas pessoas certas quando, abordam esta chave nos dois caminhos, o fisico e o mental/emocional. 


Mas o que será isto do auto conhecimento? 


Muitos poderão dizer que é a capacidade de conhecer os teus limites e até onde consegues chegar. 
Está certo! Mas o dia de hoje permitiu-me chegar a 3 conclusões: 


Descobri que o auto conhecimento pode ir muito além de saber até onde se chega. Aqui também é muito importante perceber de que forma é que se chega ou de como se prefere chegar.
Compreendi, ainda que não tenha sido da melhor forma,  que um é  o complemento do outro.
Compreendi que, o auto conhecimento de mim mesma é que me vai permitir ter a força necessaria para ultrapassar as adversidades e, acima de tudo, saber utilizá-la na dose certa. 

A verdade é que sou uma principiante neste aspecto e sei que terei muito que aprender. Não o faço nem farei em busca de uma perfeição, porque isso não existe. Faço-o porque sei que me vai fazer crescer e trazer a tranquilidade suficiente para vencer barreiras e atingir objectivos, sem nunca deixar de ser e de me sentir feliz! 

" Não importa como começas mas sim como escolhes terminar"



 

sábado, 16 de outubro de 2021

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO!

 Há algum tempo que já queria escrever sobre isto, mas deixei para o dia apropriado.

A alimentação é algo que passou a ter um certo peso na minha vida, mas um peso que serve de ponto de equilíbrio.
Com a minha “aterragem” brusca e sem paraquedas no mundo da EM (Esclerose Múltipla) o principal órgão afetado na fase inicial e que eu notasse foi a bexiga.
A dita cuja começou a querer ter vida própria, não me deixava ter noites descansadas e entrava em conflito com alguns alimentos ao ponto de eu os retirar da alimentação.
Paralelamente a isto os valores das análises começavam a ficar alterados.
Como eu odeio medicação resolvi pedir ajuda na área da nutrição e que ao mesmo tempo pudesse ajudar em casos como a EM.
Posso dizer que foi como começar do zero.
Reaprendi a gostar de alimentos com a ajuda de combinações deliciosas. Algumas até os restantes elementos também ficaram a gostar :D 
Aqueles que eu continuo a não gostar, não como :)
O plano alimentar ajudou a reeducar o corpo para nunca saltar refeições e aproveitar os nutrientes ao máximo.
O que ao início parecia difícil hoje já o faço de forma natural.
E vocês pensam assim: “Ai agora não podes comer aquelas comidas “especiais” os doces os chocolates.
Errado!
Tenho um dia na semana em que posso fazer um “desvio alimentar” e também nas chamadas épocas especiais Natal, Páscoa, Aniversário como um pouco de tudo, mas de forma controlada.
Quem é da minha idade e bom garfo como eu, até pode achar que me contento com “pouco” mas a verdade que o dizer que não, custava no inicio mas, agora, eu sei que todo o esforço trouxe os seus benefícios:
Bexiga educada e sem manias
Valores de sangue dentro dos parâmetros.
Estou sem medicação da EM desde julho porque tinha o fígado “intoxicado” e não tive qualquer surto.
Energia suficiente para todas as minhas atividades físicas e não só.
E claro estou com corpinho Danone e gosto de mim assim ehehhehe :D

Por isso posso dizer que se hoje não tenho urgência de medicação, abençoada alimentação!

domingo, 18 de abril de 2021

Liberdade Interior ...


É isto!!!

E não preciso de chegar ao dia para comemorar. 

A liberdade para mim deve ser celebrada diariamente pela vivência da vida. 

E não falo numa liberdade "banal" de fazer o que me apetece, só porque sim!
Trata se de uma liberdade cujas circunstâncias da vida me fizeram experimentar e sentir profundamente. 

Podem questionar me como me posso sentir livre estando presa a um corpo condicionado?. 

É um facto, mas também é algo que não está nas minhas mãos, pelo menos uma parte. 

Tendo essa consciência, eu posso vira la a meu favor de uma forma simples, indo em busca da mesma. E isso passa por aprender a:

Analisar as situações, estabelecer regras, saber dizer não a algumas coisas, impor limites e até deixar sonhos para trás, se tiver de ser. 

Engane-se quem pense que eu me estou a aprisionar, bem pelo contrário, estou a fazer o mais importante, respeitar o meu corpo para que possa viver em harmonia.

Isso sim, é ser e sentir a plenitude da liberdade.


sexta-feira, 29 de maio de 2020

A EM – A DOENÇA MATREIRA



Podes ter um nome comprido Esclerose Múltipla, mas para mim És Matreira! Queres saber porquê?
Tocaste à campainha em Setembro de 2018. Eu sentia-me estranha e não percebia porquê. Pedia ajuda e ninguém me sabia ajudar. Interligavam simplesmente á minha PC, mas sem nenhuma explicação em concreto. Outros diziam que eu tinha simplesmente preguiça e não queria andar. A minha vontade era rebentar!!!.
3 meses mais tarde, ao tratar algo aparentemente simples tu foste-te embora, assim da noite para o dia, e eu voltei ao normal como se nada tivesse acontecido.
Eu desconfio que sorrateiramente me quiseste voltar a pregar uma partida em Março de 2019, mas, mais uma vez, ninguém desconfiou de ti. Alguém disse que tinha de consultar um psiquiatra e deixar o desporto!
Não podia ser! Eu recusava-me a acreditar que não havia explicação para o que me estava a acontecer! Ainda bem que fui bem aconselhada a não deixar o desporto!
Quando eu pensava que nada de tão mau ia voltar a acontecer, no final de Maio de 2019 voltaste com força, mas desta vez não me apanhaste desprevenida, antes de me veres cair eu antecipei-me.
Em Setembro desse ano consegui ajuda, mas essa ajuda deu cabo de mim, porque falou na possibilidade de vir a ter de lidar contigo o resto da minha vida.
A ideia que eu tinha de ti era que deixavas as pessoas de incapacitantes e dependentes dos outros até ao fim da vida. E eu não queria isso para mim!
Não depois de todo o esforço para conquistar tudo o que tenho!
É que, antes de tu chegares, eu já vivia com alguém que condiciona a minha vida (de alguma forma) mas, ao contrário de ti, ela não chegou sem aviso, ela praticamente nasceu comigo e eu conheço-a tão bem como me conheço a mim. Agora a ti? Eu nunca sei com o que posso contar, contigo tenho de olhar sempre por cima do ombro.
Mas vou contar-te uma coisa: Quando era quase certo que eras tu que ias passar a viver comigo eu só pensava que tinha de haver pelo menos uma coisa boa, por mais pequenina que fosse, no meio disto tudo. E houve!
Eu posso continuar a conduzir, a trabalhar, a praticar desporto, e escreve o que eu te digo:
Enquanto eu tiver, Força, Foco e Fé eu não vou deixar que tu me roubes nada do que eu consegui até agora e o que ainda vou conquistar ao longo da minha vida.
E um dia Deus vai dar aos homens inteligência suficiente para encontrarem a cura, para nos livrarmos de ti, e tu nunca mais vais poder roubar a liberdade de movimentos a ninguém! E acredita que já faltou mais.
Tu tiras-te me o tapete, fizeste-me parecer que o chão era demasiado escorregadio, que eu jamais ia conseguir levantar, mas tu não sabias que para eu conseguir estar como estou hoje, aprendi a levantar-me as vezes que foram precisas e,  enquanto eu mandar na minha casa (corpo), tu não vais conseguir levar a melhor!
A tua nova Senhoria

Cristiana

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Cuidar com o coração, ninguém está sozinho!


Esta é a frase que melhor define a minha última experiência com estes profissionais!
Tenho de confessar que nunca gostei de enfermeiros, batas brancas agulhas.
Infelizmente já me cruzei com muitos e mais pareciam que eram “obrigados” a desempenhar aquelas funções e poucos espelhavam amabilidade por quem estava aos seus cuidados, principalmente crianças. Tinha esta ideia até ter vivido a última experiência hospitalar.
Quando menos esperava fui lá parar. Pela primeira vez fiquei sozinha, com receio, sem saber o que ia acontecer. Nunca tive uma estadia tão longa 17 dias.
Eu sei que já tenho quase 30 anos e que supostamente não devia ter medo de estar sozinha, mas desculpem que vos diga, quando se entra no hospital voltamos a sentir-nos frágeis, como autênticas crianças que necessitam de cuidados, amparo, consolo, força, mimo….
E foi isto que eu encontrei. E por isso hoje quero agradecer a todos os enfermeiros do Serviço de Neurologia do Hospital de Guimarães por cada um deles ter sido a minha mãe e o meu pai em todos os dias que lá estive. A amabilidade com que me receberam, com que me explicaram cada procedimento, as mil e uma maneiras que arranjaram para que eu conseguisse fazer tudo e acima de tudo a paciência para estarem sempre atrás de mim para fazer as medições diárias, porque a menina pegava no seu “Ferrari” e arranjava sempre um motivo para nunca estar no quarto :D
Graças a eles, procedimentos como por exemplo tirar sangue nunca mais foram stressantes e aprendi uma nova forma de tomar antibióticos sem que isso pareça um “filme”.
O MEU GRANDE OBRIGADA POR TUDO! <3

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

O MEU OLHAR SOBRE A FISIOTERAPIA


Há alguns anos que a minha perspectiva mudou e percebi o quão gratificante é esta profissão
E Antes disso? Pura e simplesmente odiava!  (a parte dos exercícios, claro😀 O resto era minimizado de alguma forma, com as amizades que ia fazendo).

A Fisioterapia roubou-me muitas horas!
Na infância as que podia ter passado na brincadeira com o meu irmão e os meus primos.
Na adolescência todas as tardes e manhãs livres do horário da escola, lá eram ocupadas pela dita cuja.
No secundário era uma correria os estudos ficavam para segundo plano e em alturas mais apertadas fiz serões para os testes.
Durante muito tempo perguntei porquê tanto sacrifício? Eu não via nada de especial a acontecer! Na fase da “parvalheira” pensei muitas vezes em desistir e cheguei a “baldar-me” algumas vezes, simplesmente porque queria ter uma rotina normal como a dos jovens da minha idade. até que…
encontrei os meus primeiros anjos. 

É assim mesmo que hoje eu lhes chamo.
Estes fizeram-me perceber que a fisioterapia não tinha de ser sempre igual, que eu não era apenas mais um número. Eu era alguém com muitas capacidades à espera de serem descobertas.
Essa visão e essa proximidade fizeram com que eu começasse a ganhar gosto por a cada dia superar mais um desafio e de cada vez que era ultrapassado era gratificante ver o olhar brilhante deles.
Claro que a vida dá muitas voltas, obriga-te a sair do teu cantinho e o problema de nos afeiçoarmos a alguém, ás vezes é complicado.
De todas as vezes que aconteceu foi duro. A diferença é que eu já sabia que era daquela forma de fisioterapia que eu gostava e era assim que me sentia e sinto feliz.
De cada um deles guardo ensinamentos que me fazem querer lutar sempre:

“o que hoje é difícil amanhã pode ser fácil”.
“Não tenhas medo de dar um passo atrás para depois dares dois em frente”.
“Qualquer idade é boa para aprender, até o mais básico”.

A verdade é que hoje, graças a todos eles, sem esquecer a persistência dos meus pais, dá-me um gozo enorme desempenhar uma vida normal dentro da minha “anormalidade”.
Hoje com 29 anos continuo a fazer e com muito prazer.
Não estou à espera de milagres porque nem todos os dias me correm bem, e por causa disso tiro-lhes o chapéu, pelo tamanho da paciência que lhes fez e faz, terem a capacidade de persistirem e não desistirem de mim. Faço porque é o meu refúgio dá-me energia e alento para o resto dos dias. E eu sei que darei o meu melhor para continuar a contrariar o que supostamente me estava destinado, enquanto tiver ao meu lado quem aceite trilhar este caminho comigo.

ABENÇOADA FISIOTERAPIA E ABENÇOADOS FISIOTERAPEUTAS QUE AMAM O QUE FAZEM E PRIMAM PELA DIFERENÇA 💓💓💓